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CEFET-MG

Projeto aborda questões de desigualdade de gênero no contexto da Engenharia

Quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024
Última modificação: Sábado, 17 de fevereiro de 2024

O relatório “Uma equação desequilibrada: participação crescente de Mulheres em STEM na ALC (América Latina e Caribe)” realizado em 2021 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em parceria com o British Council, aponta que, apesar do crescimento no número de mulheres pesquisadoras, a participação feminina em posições de liderança na ciência ainda é baixa quando comparada a dos homens. A sigla STEM, em inglês, é usada para designar as disciplinas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
Alguns fatores, segundo o relatório, impedem que meninas e mulheres sigam a carreira na ciência, como, por exemplo, a falta de conscientização entre as gerações mais jovens sobre o potencial dos estudos em STEM; carência de informação sobre as carreiras; pobreza persistente e alta desigualdade socioeconômica.

Para enfrentar esses desafios, a pesquisadora do campus Divinópolis, professora Thabatta Moreira, que é a única professora engenheira da área técnica no campus, orienta o grupo “As PadaWoman”. De acordo com Thabatta, o projeto teve início por meio da manifestação de interesse de um grupo de alunas do curso de Engenharia de Computação em desenvolver um papel mais ativo na pesquisa e extensão. A principal proposta do grupo é abordar questões de desigualdade de gênero, no contexto das áreas de engenharia e tecnologia, com a finalidade de promover o empoderamento e o protagonismo de mulheres. Para isso, desenvolveram o projeto “Padawoman: Elevando Vozes, Elevando Mulheres”. O nome “Padawoman” faz alusão à guerreira, inspirado no filme Star Wars no qual um “padawan” é um aprendiz de guerreiro.

A execução do projeto começa este ano e o objetivo é promover o protagonismo das alunas no desenvolvimento tecnológico por meio da orientação e incentivo à produção acadêmica e científica e capacitar adolescentes e mulheres em situação vulnerável em conceitos e habilidades básicas de tecnologia. “Em termos simples, representa uma oportunidade para aquelas a quem muito foi historicamente negado. Além da chance de inspirar futuras líderes e colegas de profissão a ocuparem espaços e lugares de fala em diversas áreas da sociedade (e do conhecimento)”, explica Thabata.

Atualmente, estão engajadas no projeto 14 alunas dos cursos de Engenharia de Computação e Engenharia Mecatrônica, conta com o apoio de duas professoras e uma técnica administrativa. A expectativa é atender à comunidade externa por meio de palestras em oito escolas públicas sobre temas como cyberbullying, assédio digital, fakenews, entre outros temas relacionados à era digital, e promover a capacitação em informática básica para 30 mulheres em vulnerabilidade social. “A capacitação na área de tecnologia beneficia não apenas indivíduos, mas também se revela como uma estratégia poderosa para impulsionar o desenvolvimento social e econômico de toda uma nação. Nesse sentido, o projeto torna-se relevante pois suas diretrizes vão desde o fortalecimento acadêmico até a promoção da igualdade, por meio inclusão de mulheres e da disseminação do conhecimento em um campo altamente técnico em que mulheres historicamente enfrentam desafios persistentes que afetam sua participação plena e igualdade de oportunidades”, destaca.

Para a professora, os impactos do projeto são abrangentes, “pois abarcam a inclusão social e desenvolvimento profissional de mulheres em um campo crescente do mercado de trabalho e cuja representatividade feminina ainda é tímida. Assim, as ações do projeto foram pensadas para emponderar mulheres academicamente, profissionalmente e socialmente, enquanto também busca inspirar e influenciar positivamente essas mulheres a ocuparem posições ativas e de liderança em suas carreiras e comunidades. Esses efeitos cumulativos têm o potencial de transformar a dinâmica social e contribuir para uma sociedade mais equitativa e inclusiva”, conclui.

Coordenação de Jornalismo e Conteúdo – SECOM/CEFET-MG